Pois bem, sabado foi dia de acordar cedinho para assistir a missa do Papa Bento XVI (que aqui na França é chamado de Benoît XVI) na esplanada de Invalides. Mesmo estando ainda sonolento, não foi dificil de perceber que a organização do evento era algo como eu jamais havia visto.
O metrô foi reforçado para dar conta de transportar toda multidão. O percurso por onde os fiéis deveriam passar até o local da missa estava muito bem demarcado e o policiamento auxiliava as pessoas de forma cordial e prestativa. O grande contingente de voluntarios, na sua maioria jovens de comunidades catolicas de diversas cidades francesas, também foi fundamental para o sucesso da organização: recebiam a todos com simpatia e entregavam para cada pessoa um "kit Papa": uma pequena sacola feita de tecido que se convertia em bandeirinha. Dentro dela, um livro que trazia a programação do Papa na França, curiosidades sobre a historia dos Papas, dados biograficos de Bento XVI, os cânticos, o programa da missa e informações praticas para o evento. Depois da missa, foram os proprios voluntarios que cuidaram da limpeza da esplanada.
Além disso, as pessoas recebiam gratuitamente garrafinhas de agua mineral. E sem essa de "limitado a um por pessoa". Quer levar um "kit Papa" para o vô que não pode vir? Tudo bem Joãozinho, pode pegar. Mande lembranças ao vovô! Quer três garrafinhas de agua porque tem muita sede? Tudo bem também! E no final da missa, milhares de garrafinhas de agua mineral estavam novamente à disposição das pessoas.
Foram instalados diversos sanitarios quimicos nas imediações e telões bem localizados garantiam que as pessoas mais distantes do altar pudessem acompanhar a missa. Antes do inicio da cerimônia foram passadas instruções de segurança e organização, informando a maneira de proceder durante a comunhão, por exemplo. Bombeiros e socorristas estavam a postos para qualquer eventualidade. O nivel de organização era tamanho, que as vezes parecia surreal.
Mas claro que nada disso funcionaria se não tivesse a contribuição massiva dos fiéis. Na hora de festejar, festejavam. Na hora de rezar, rezavam. E na hora de fazer silêncio, podia-se ouvir o vento balançando as folhas das arvores - 260.000 pessoas. Sem correria, sem gritaria, sem baderna, sem empurra-empurra. Mesmo tendo o Papa ao alcance dos olhos, não pude deixar de me maravilhar com o comportamento das pessoas ao meu redor - um verdadeiro exemplo de organização, educação e civilidade.
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