9 de março de 2012

Colette Carnaval: a boa dica do fim de semana

Para celebrar seus 15 anos de existência a loja-conceito Colette preparou uma surpresa supimpa - é a Colette Carnaval que acontece neste final de semana (10 e 11 de março) em Paris.

A loja resolveu sair para um passeio ao ar-livre e instalou-se confortavelmente em uma tenda de 4.000m2 (sério!) no Jardin des Tuileries. Durante o final de semana essa 'sucursal efêmera' da Colette colocará a venda uma infinidade de top produtos de top marcas de vestuário, beleza e alimentação.

Mas calma que a surpresa não pára por aí. A Colette também preparou diversas atividades gratuitas para agradar aos visitantes de todos os gostos e estilos que prestigiarem a ocasião. Quer alguns exemplos?

Serão ministradas aulas de dança clássica promovidas pela Repetto - a famosa marca de calçados, roupas e acessórios para dança; sessões de relaxamento com massagem facial e manicure; partidas de basquete patrocinadas pela Nike - para se sentir um astro da NBA pelo menos uma vez na vida; degustação de pedacinhos do Céu elaborados pela Ladurée: macarons à la barbe à papa (macarons de algodão doce) feitos com exclusividade para Colette. A programação completa do evento está no site da Colette Carnaval.

Os macarons à la barbe à papa da Ladurée: se essas belezinhas viciarem você, compre mais na Colette da rue Saint-Honoré por 9,00 euros a caixinha. Além de serem deliciosos ainda servem como um souvenir très chic de Paris.

Mas imagine que durante o passeio seus dois filhotes, Cláudio Renato e Clóvis Roberto, de 13 e 16 anos começam a se queixar de fome. Daquela fome matadora que nem macarons às dúzias darão conta de saciar. Nesse caso dá para os rapazes se acabarem de comer no Le Camion qui fume, que faz os sandubas mais parrudos da cidade. Le Camion qui fume é uma lanchonete móvel que vai se instalar por ali no final de semana. Recomendações para o Manhattan's Hot Dog elaborado bem ao estilo de New York.

Não vai deixar escorrer pelos cotovelos e sujar o chão da Colette, Joãozinho! O sanduba do 'Le Camion qui fume': grande, engordativo e imprestavelmente delicioso.

Ah, e falando em New York... Quem quiser levar um souvenir permanente desse dia vai gostar de saber que o famoso tatuador nova-iorquino Scott Campbell estará no evento prestando seus serviços. No currículo do artista consta uma clientela estrelada, como o saudoso Heath Ledger, Robert Downey Jr., Courtney Love, Orlando Bloom, Sting, Josh Hartnett e Marc Jacobs, diretor de criação da Louis Vuitton.

O tatuador Scott Campbell: ao seu dispor na Colette Carnaval que acontece em Paris neste final de semana.

Le Colette Carnaval
No Jardin des Tuileries - em frente ao número 206 da rue de Rivoli
Metrô: Tuileries linha 1
Dias 10 e 11 de março das 12h00 as 18h00
Entrada gratuita

8 de março de 2012

Placa de carro: uma invenção francesa

Você sabia a idéia de emplacar os veículos surgiu na França? Quer saber como foi? Eu conto procê...

Tudo começou em 1749, quando um certo monsieur Guillaume, oficial da guarda parisiense, levou ao conhecimento do rei Louis XV sua idéia de cadastrar os veículos movidos a tração animal que circulavam na cidade. Mas foi só em 1783 que a idéia de monsieur Guilleume foi oficialmente colocada em prática, quando o Conselho do Rei determinou que todas as carruagens e carroças da cidade portassem uma placa de metal contendo o nome e o endereço de seus proprietários.

Nos anos 50 os 2 últimos dígitos da placa passaram a indicar o département de origem do carro.

Tempos depois, em meados de 1891 no parque de la Tête d'Or na cidade de Lyon, foi implantado aquilo que seria o primeiro sistema de matrícula de veículos automotores do mundo. Àquela época o parque de la Tête d'Or era aberto aos carros, o que resultava com certa frequência em pequenos acidentes. Afim de identificar quem eram os responsáveis por provocar acidentes, a administração municipal exigiu que todos os motoristas numerassem seus carros em local visível. Em 1893 os números controlados pela administração foram acrescidos do nome e do endereço dos proprietários dos veículos - mais ou menos como faziam com as as carruagens um século antes. Essas informações de nome e endereço acabaram desaparecendo já em 1901, após um acidente causado por um menor de idade ter gerado uma tremenda confusão na cidade de Louvriers. Nessa época várias cidades já adotavam o mesmo sistema de Lyon e as autoridades acabaram confundindo o número do carro pilotado pelo garoto com o de outra pessoa - uma vez que se alguém estivesse dirigindo fora de sua cidade de origem, poderia resultar em dois carros diferentes portando números iguais num mesmo lugar.

O modelo de placa que vigorava na França quando o Peugeot 205 era o 'ó do borogodó'.

Mesmo assim (e só depois de muita discussão) foi em 1928 que decidiram combinar letras e números nas placas dos veículos para evitar confusão. Depois disso o sistema francês de registro de veículos seria totalmente revisto em 1950, quando as placas passaram a trazer em sequência, números, letras e o código do département. Nos anos 70 o sistema de numeração de placas foi totalmente informatizado na França e passou a se chamar FNI (Fichier National de Immatriculations).

Ah, vamos combinar... A atual placa francesa é bem bonitona, hein...

Em 2009 foi implantado o novo sistema de matrícula de veículos, conhecido na França por SIV (Système d'Immatriculation des Véhicules) que unificou todo o sistema de registro nacional e remodelou as placas dos carros que passaram a apresentar o formato 'letras-números-letras'. O código do département passou a constar em tamanho menor, logo abaixo do respectivo símbolo da region.

Cada coisa no seu lugar: acima, o significado de cada item que compõe uma placa.

A placas de carro têm uma certa importância afetiva para os franceses que estão hoje na casa dos 30 anos. Isso porque durante a infância eles se divertiam enquanto tentavam decorar os códigos dos départements franceses através das placas dos carros. Era uma brincadeira comum de criança tentar adivinhar primeiro que todo mundo de onde era determinado carro que passava pela estrada através do código do département impresso na placa. Houve até manifestações populares em 2009 contra a implantação do novo modelo de placas, que inicialmente previa a supressão total do código do département.

Départements e símbolos das régions conforme constam nas placas dos carros franceses. Paris tem um código só dela - o 75.

Existe em todo o país um número considerável de colecionadores de placas francesas de carros - são os placófilos (placophiles) que desde 1999 se organizaram fundando a Association Francoplaque. Mais do que cultivar um hobbie, essa associação tem como objetivo a preservação e difusão do conhecimento histórico sobre o tema. E engana-se que pensa que os placófilos não são levados a sério no país - em 2008 eles prestaram importantes contribuições ao Comité d'Histoire du MEEDDAT (o Ministério da Ecologia, da Energia e do Desenvolvimento Sustentável) e às publicações inter-ministeriais que discutiam as melhores práticas para a implantação do sistema SIV de registro de veículos.

2 de março de 2012

Os franceses e o Prêmio Nobel de Literatura


É inegável que a literatura é uma das manifestações artísticas mais valorizadas e apreciadas pelos franceses. Basta circular a esmo por Paris, por exemplo, para que possamos observar a grande quantidade de leitores que estão por toda a parte na cidade. As pessoas lêem no metrô, no ponto de ônibus, às margens do Sena, nas calçadas, nas praças e parques municipais, nos cafés...

Cena cotidiana: No 5ème arrondissement, um morador de rua se entrega a leitura. (foto: Frank Rondot, 2009)

Mas, mais do que ler, os franceses também dominam desde sempre a arte de escrever bem. Portanto, não é a toa que, desde sua criação em 1901, foram os franceses os que mais vezes conquistaram o Prêmio Nobel de Literatura - foram 12 os premiados até agora:

1901: Sully Prudhomme (1839-1907)
1904: Frédéric Mistral (1830-1914)
1915: Romain Rolland (1866-1944)
1921: Anatole France (1844-1924)
1927: Henri Bergson (1859-1941)
1937: Roger Martin du Gard (1881-1958)
1947: André Gide (1869-1951)
1952: François Mauriac (1885-1970)
1960: Saint-John Perse (1887-1975)
1964: Jean-Paul Sartre (1905-1980)
1985: Claude Simon (1913-2005)
2008: Jean-Marie Gustave Le Clézio (1940-)

Em 1964 Sartre recusou-se a receber o prêmio alegando que ao aceitá-lo estaria indo contra seus princípios de filósofo.

Le Cézio é atualmente o último francês a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.

A medalha concedida pela Academia Sueca foi desenhada por Erik Lindberg e representa em uma face o perfil de Alfred Nobel e na outra um jovem sentado sob uma árvore de louro e que, encantado, redige o que sai da boca da musa em forma de canção.

1 de março de 2012

Burger King volta à França após 15 anos

Está prevista para o dia 21 de março a inauguração de um restaurantes da rede americana Burger King em Paris - mais precisamente no novo centro comercial da gare Saint-Lazare. Outra unidade deve ser inaugurada na França este ano em local ainda indefinido - cogita-se às margens de alguma auto-estrada fora da capital.

Fundado em Miami em 1954 e hoje com aproximadamente 12.000 pontos de venda em mais de 70 países, o Burger King tem praticamente um terço do tamanho da rede McDonald's. A marca operou na França de 1980 - quando abriu sua primeira loja na Champs-Elysées - a 1997, ano em que saiu do país devido a acirrada concorrência com o Mc Donald's e a belga Quick.

E é bom o Burger King ir se preparando desde já, pois a dupla de concorrentes já está de garras bem afiadas. Mal foi lançado o primeiro cartaz de divulgação da reentrada do Burger King em Paris e as provocações publicitárias já começaram, como mostram os cartazes abaixo que já estão circulando por toda a cidade.

O convidativo cartaz de inauguração do Burger King em Paris: "O que você vai fazer em 21 de março?"

Truco! A nada calorosa mensagem de boas-vindas do McDonald´s: "Porque esperar o 21 de março?"

Seis! Já o Quick aposta no lançamento do curioso sanduba Dark Vador: "O que você vai fazer de 2 a 5 de março?"

Além da forte concorrência há um pequeno detalhe cultural que tampouco deve ser deixado de lado: a França é o único país do mundo onde o hambúrguer perde de lavada em vendas para os sanduíches de baguette. Estima-se que para cada hambúrguer vendido na França sejam consumidos 8 sanduíches na baguette.

Mas em contrapartida ao cenário desafiador que a rede americana deve enfrentar em seu retorno a França, a juventude parisiense parece estar contando os dias pelo retorno do Burger King ao país. Vida longa ao rei.