2 de março de 2012

Os franceses e o Prêmio Nobel de Literatura


É inegável que a literatura é uma das manifestações artísticas mais valorizadas e apreciadas pelos franceses. Basta circular a esmo por Paris, por exemplo, para que possamos observar a grande quantidade de leitores que estão por toda a parte na cidade. As pessoas lêem no metrô, no ponto de ônibus, às margens do Sena, nas calçadas, nas praças e parques municipais, nos cafés...

Cena cotidiana: No 5ème arrondissement, um morador de rua se entrega a leitura. (foto: Frank Rondot, 2009)

Mas, mais do que ler, os franceses também dominam desde sempre a arte de escrever bem. Portanto, não é a toa que, desde sua criação em 1901, foram os franceses os que mais vezes conquistaram o Prêmio Nobel de Literatura - foram 12 os premiados até agora:

1901: Sully Prudhomme (1839-1907)
1904: Frédéric Mistral (1830-1914)
1915: Romain Rolland (1866-1944)
1921: Anatole France (1844-1924)
1927: Henri Bergson (1859-1941)
1937: Roger Martin du Gard (1881-1958)
1947: André Gide (1869-1951)
1952: François Mauriac (1885-1970)
1960: Saint-John Perse (1887-1975)
1964: Jean-Paul Sartre (1905-1980)
1985: Claude Simon (1913-2005)
2008: Jean-Marie Gustave Le Clézio (1940-)

Em 1964 Sartre recusou-se a receber o prêmio alegando que ao aceitá-lo estaria indo contra seus princípios de filósofo.

Le Cézio é atualmente o último francês a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.

A medalha concedida pela Academia Sueca foi desenhada por Erik Lindberg e representa em uma face o perfil de Alfred Nobel e na outra um jovem sentado sob uma árvore de louro e que, encantado, redige o que sai da boca da musa em forma de canção.

2 comentários:

Cláudia Ohira disse...

E pensar que aqui no Brasil, uma grande parcela da população passa longe dos livros, colocando incontáveis obstáculos: "os livros custam muito caro" (e para que servem as bibliotecas públicas? Em tempo de livro digital que dá para baixar de graça na internet, acho que essa desculpa não cola mais, não???); "não tenho tempo" (mas tempo para ver porcaria na TV há de sobra! E por que não levar o livro na bolsa e ler na fila do banco ou na sala de espera do consultório?)... até mesmo um sem-teto em Paris é outra coisa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Jackson Martins disse...

Cláudia, penso exatamente como você. Quando não se tem vontade, qualquer coisa vira desculpa para não ler. Mas... Fazer o quê? É essa a triste realidade de um país que aclama um presidente que não se envergonha de declarar que 'a leitura dá azia'.

Obrigado pelo comentário. Um abraço.