E este final de ano em Paris deve ser um período rico em eventos culturais e musicais em memória daquele que, como Marie Curie, se tornaria conhecido como "o mais francês dos poloneses".
Mas para percorrer a cidade por conta própria e conhecer um pouquinho mais sobre a vida de Chopin, considero incontornável o Musée de la Vie Romantique. Seu edifício é um charmoso casarão particular do quartier de Nouvelle Athènes que pertenceu ao pintor Ary Scheffer e a seu sobrinho, o escritor Ernest Renan - daí seu nome: Hôtel Scheffer-Renan.
12, place Vendôme: no atual endereço da maison Chaumet, Chopin viveu os últimos momentos de uma vida dedicada à música.
Uma área do museu é dedicada ao universo cotidiano da escritora George Sand (cujo verdadeiro nome era Aurore Dupin) - que era frequentadora do hôtel Scheffer-Renan e manteve um relacionamento amoroso com Chopin - e às numerosas temporadas em que ambos passaram juntos na propriedade de Sand em Nohant, onde Chopin compôs diversas obras primas.
O Musée de la Vie Romantique: a vida do compositor interligada à história do museu.
Outro lugar imperdível para quem quiser se aventurar pela vida parisiense de Chopin é a Île Saint-Louis - um dos lugares mais emblemáticos de Paris para os imigrantes poloneses.
Ao caminhar diante das janelas do Hôtel Lambert, vale saber que ele foi propriedade dos príncipes Czartoryski de 1843 a 1976, abrigando uma autêntica instância do governo polonês em exílio após a insurreição de 1830. Durante muito tempo o Hôtel Lambert foi ponto de encontro de artistas da época e era bem ali que Chopin se reunia com Eugéne Delacroix, Hector Berlioz, Franz Liszt, Felix Mendelssohn e Vincenzo Bellini (que está enterrado ao seu lado no cemitério do Père Lachaise). Naquela época o Hôtel Lambert era habitado pelo príncipe Adam Czartoryski.
O Hôtel Lambert: Nem todos que passam por esta extremidade da Ile Saint-Louis sabem que este belo palacete às margens do Sena acolheu inúmeros encontros dos mestres das artes.
Em seguida, siga para a igreja de Saint-Louis en l’île, onde os príncipes Czartoryski ergueram suas próprias capelas - e tiveram até o seu próprio santo (o salesiano Auguste Czartoryski foi beatificado pelo papa João Paulo II em 2004).
O interior da igreja de Saint-Louis en l’Ile, que foi inaugurada em 1726.
Finalmente, vale a pena descobrir o pequenino (mas emocionante) museu instalado na Bibliothèque Polonaise, que contém objetos reunidos por pessoas próximas à Chopin, evocando os seus últimos momentos. A visita, como não podia deixar de ser, é embalada pela música suave de Chopin.
Musée de la Vie Romantique
Hôtel Scheffer-Renan 16 rue Chaptal
Tel.: 01 5531 9567
Metrô: Blanche linha 2
Bibliothèque Polonaise
6, quai d’Orléans
Tel.: 01 5542 8383
Metrô: Pont-Marie linha 7
Hôtel Lambert
2, rue St Louis en l'ile
Tel.: 01 4325 3434
Metrô: Sully-Morland linha 7
Eglise Saint-Louis en l'Ile
19, rue Saint-Louis en l'Ile
Tel.: 01 4634 1160
Metrô: Sully-Morland linha 7
Foto menor: O famoso retrato de Chopin pintado por Eugène Delacroix. Artigo sugerido por Suzana Martins.
Um comentário:
Jack, adorei a dica da Bibliothèque Polonaise, primeira vez que ouço falar dela. Uma amiga minha já tinha dito que o Musée de la Vie Romantique era imperdível, mas ainda não conheço.
Já assiti o filme "Chopin, a vontade de amar" que relata o relacionamento conturbado do compositor com George Sand. Apesar de não ser nenhuma obra-prima, vale pela fotografia e é claro, pela música excepcional.
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