16 de fevereiro de 2009

O Zouave da Pont d'Alma

O Zouave (como eram chamados os antigos soldados argelinos) é uma grande estátua localizada em um dos pilares da ponte d’Alma e desde 1856 vem sendo usado para medir o nível das águas do rio Sena.

Apesar de atualmente o nível do Sena estar sendo medido também a partir da ponte d’Austerlitz, o Zouave é ainda bastante popular em Paris e não perdeu sua função. Ele funciona da seguinte maneira:

3,20m: o estado de alerta é decretado pelas autoridades quando a água chega à base plana sob os pés do Zouave.
3,40m: quando o nível do rio cobre os dedos dos pés do Zouave as vias de acesso aos passeios que margeiam o Sena são fechadas aos pedestres.
4,30m: a navegação é interditada no Sena quando a água chega até as canelas do Zouave - desde que ele passou a guardar a ponte d'Alma as águas do rio só passaram deste ponto em 5 ocasiões históricas.
5,20m: as barras da calça do Zouave foram atingidas pelas águas em 2000.
6,18m: o Sena chegou a molhar os joelhos do Zouave em 1982
7,12m: o rio Sena alcançou a cintura do Zouave em 1955.
7,32m: o rio Sena subiu pouco acima da cintura do Zoave em 1924.
8,62m: o maior recorde já registrado foi na grande cheia de 1910, quando o rio chegou até os ombros do Zouave.

Nosso amigo, o Zouave: um vigilante incansável desde 1856.

Portanto, é bastante raro ver o rio Sena sair de seu estado de normalidade, mesmo em épocas de chuvas fortes. Se você reparar ao longo dos quais do Sena, verá que em alguns pontos existem a inscrição 1910 gravada sobre um traço. Essa marca também aparece no piso inferior da Conciergerie e indica o ponto até onde as águas chegaram na cheia histórica de 1910.

5 comentários:

Anônimo disse...

Jackson,

Podemos perceber, pela expressão serena do Zouave que ele nunca teve água acima dos ombros. Se nosso amigo estivesse no rio tietê, em São Paulo, ele certamente estaria horrorizado. Tanto pela poluição do rio, quanto pela possibilidade de afogar-se.
Bacana!
Grande abraço!

Jackson Martins disse...

Oi Marcos! E sempre muito legal ver seus comentarios por aqui. Obrigado pela visita. Um abraço.

Anônimo disse...

Bem interessante este Zouave, Jack. Adoro esses "petits détails" de Paris que desconheço. A propósito, li sobre o lançamento de um livro: PARIS:UMA BIOGRAFIA, autoria de Colin Jones , e achei interessante.
Adorei o comentário do Marcos.

Jackson Martins disse...

Oi Claudia. Obrigado pelo comentario e pela dica do livro - pode ser uma boa sugestão de leitura para a "biblioteca do viajante". O Marcos também tem um blog super bacana repleto de otimos textos e ilustrações - o link esta na lista de recomendados do Viver Paris. Um grande abraço.

Unknown disse...

Cidade bacana é Paris, com ou sem suas estátuas guardadas ou expostas às interperies do clima. Gostei dessa reportagem publicada no Estadão desse domingo.