O Guignol é como Maizena, que de tão famoso acabou virando sinônimo da coisa toda. Guignol é o nome de um personagem do teatro de marionetes criado na cidade de Lyon há 200 anos e que desde então virou uma verdadeira febre entre a petizada e alguns adultos que não viram dessas coisas quando crianças, como eu por exemplo.
O Guignol é um personagem inventado em 1808 por Laurent Mourget - um tecelão desempregado que decidiu tornar-se dentista por conta própria para formar alguma renda. Diz a lenda que viajando de cidade em cidade com seu boticão de extrair dentes, muitas vezes os pobres pacientes de monsieur Mourget fugiam assustados de seu consultório improvisado ao ouvir os gritos do paciente que estava sendo atendido. Para evitar perder a freguesia, o criativo Mourget criou um bonequinho à sua semelhança para divertir as pessoas que estavam na sala de espera enquanto ele trabalhava.
O Guignol (o tal bonequinho de Mourguet) tornou-se tão popular que ele acabou optando por deixar de lado a profissão de dentista para se tornar um famoso manipulador de fantoches. A idéia acabou se espalhando, e passaram a existir muitos Guignols pela França. Tantos que o governo chegou a proibir a exibição por um tempo para evitar o tumulto e possíveis conspirações. Como tudo que é proibido é mais gostoso em qualquer lugar do mundo, a proibição só fez com que o teatro de Guignol proliferasse em todo o país.
Os teatrinhos de Guignol seguem há 2 séculos a mesma fórmula que a criançada não se cansa de ver: com o anti-herói Guignol sempre metido em encrencas. Por mais que as crianças o ajudem dizendo que a polícia esta por perto ou que madame Cassandre está bem atrás dele para cobrar o aluguel atrasado, o espertalhão Guignol sempre acaba se dando mal no final da brincadeira.
Guignol e sua patota fazem alegria da criançada (e a minha também).
Os personagens que normalmente aparecem nos teatrinhos de Guignol são: Guignol (Yeah!) com seu cassetetes (que no fim das contas serve para pouca coisa) e uma trancinha nos cabelos, Gnafrom (amigo bebum de Guignol, famoso por gostar do vinho Beaujolais e que se parece com um palhacinho), Madelon (a mulher do pobre Guignol), Toinon (esposa de Gnafron), o policial Flageolet, a senhoria Cassandre e monsieur le Bailli (o juiz). A graça toda está no fato das crianças participarem da brincadeira, avisando Guignol (aos berros de Guignol, Guignol, Guignol...) sobre os perigos que o aguardam enquanto ele se faz passar pelo dono do pedaço.
No final do ano passado estive em Lyon e pude ver de perto a importância do teatro de Guignol para a cultura local na celebração do segundo centenário do teatro de Guignol - tanto que o Guignol acabou por tornar-se um símbolo cultural de Lyon. Símbolo que está presente em toda a França. E é realmente bonito ver como essa cultura foi passada na base do boca a boca, já que Laurent Mourget era analfabeto e jamais deixou nenhuma história por escrito.
O sucesso do Guignol na França é tanto que o Canal+ (o maior canal de TV por assinatura francês) tem como um de seus grandes sucessos o programa Les guignols de l’info - um programa de bonecos que faz críticas políticas repletas de bom humor. Em Paris, os melhores lugares para se ver os Guignols são no Jardin d’Acclimatation (o melhor lugar para passear com as crianças em Paris), no Parc Floral de Paris e no Parc Clemenceau, perto do rond point, onde terminam as lojas da Champs Elysées. Algumas igrejas parisienses também costumam organizar teatros de Guignol durante suas quermesses.
Chamar alguém por aqui de Espèce de Guignol é insulto grave: é o mesmo que dizer que alguém fala, fala, mas na hora H... Falha. Esse é um dos insultos preferidos do Petit Nicolas quando briga com os coleguinhas da escola.
O Guignol é um personagem inventado em 1808 por Laurent Mourget - um tecelão desempregado que decidiu tornar-se dentista por conta própria para formar alguma renda. Diz a lenda que viajando de cidade em cidade com seu boticão de extrair dentes, muitas vezes os pobres pacientes de monsieur Mourget fugiam assustados de seu consultório improvisado ao ouvir os gritos do paciente que estava sendo atendido. Para evitar perder a freguesia, o criativo Mourget criou um bonequinho à sua semelhança para divertir as pessoas que estavam na sala de espera enquanto ele trabalhava.
O Guignol (o tal bonequinho de Mourguet) tornou-se tão popular que ele acabou optando por deixar de lado a profissão de dentista para se tornar um famoso manipulador de fantoches. A idéia acabou se espalhando, e passaram a existir muitos Guignols pela França. Tantos que o governo chegou a proibir a exibição por um tempo para evitar o tumulto e possíveis conspirações. Como tudo que é proibido é mais gostoso em qualquer lugar do mundo, a proibição só fez com que o teatro de Guignol proliferasse em todo o país.
Os teatrinhos de Guignol seguem há 2 séculos a mesma fórmula que a criançada não se cansa de ver: com o anti-herói Guignol sempre metido em encrencas. Por mais que as crianças o ajudem dizendo que a polícia esta por perto ou que madame Cassandre está bem atrás dele para cobrar o aluguel atrasado, o espertalhão Guignol sempre acaba se dando mal no final da brincadeira.
Guignol e sua patota fazem alegria da criançada (e a minha também).
Os personagens que normalmente aparecem nos teatrinhos de Guignol são: Guignol (Yeah!) com seu cassetetes (que no fim das contas serve para pouca coisa) e uma trancinha nos cabelos, Gnafrom (amigo bebum de Guignol, famoso por gostar do vinho Beaujolais e que se parece com um palhacinho), Madelon (a mulher do pobre Guignol), Toinon (esposa de Gnafron), o policial Flageolet, a senhoria Cassandre e monsieur le Bailli (o juiz). A graça toda está no fato das crianças participarem da brincadeira, avisando Guignol (aos berros de Guignol, Guignol, Guignol...) sobre os perigos que o aguardam enquanto ele se faz passar pelo dono do pedaço.
No final do ano passado estive em Lyon e pude ver de perto a importância do teatro de Guignol para a cultura local na celebração do segundo centenário do teatro de Guignol - tanto que o Guignol acabou por tornar-se um símbolo cultural de Lyon. Símbolo que está presente em toda a França. E é realmente bonito ver como essa cultura foi passada na base do boca a boca, já que Laurent Mourget era analfabeto e jamais deixou nenhuma história por escrito.
O sucesso do Guignol na França é tanto que o Canal+ (o maior canal de TV por assinatura francês) tem como um de seus grandes sucessos o programa Les guignols de l’info - um programa de bonecos que faz críticas políticas repletas de bom humor. Em Paris, os melhores lugares para se ver os Guignols são no Jardin d’Acclimatation (o melhor lugar para passear com as crianças em Paris), no Parc Floral de Paris e no Parc Clemenceau, perto do rond point, onde terminam as lojas da Champs Elysées. Algumas igrejas parisienses também costumam organizar teatros de Guignol durante suas quermesses.
Chamar alguém por aqui de Espèce de Guignol é insulto grave: é o mesmo que dizer que alguém fala, fala, mas na hora H... Falha. Esse é um dos insultos preferidos do Petit Nicolas quando briga com os coleguinhas da escola.
Tel.: 01 4067 9084
Metrô: Les Sablons linha 1
Tel.: 01 4808 1300
Metrô: Châteu de Vincennes linha 1
2 comentários:
Merci, estou sempre aprendendo algo novo com você.A palavra guignol , para mim, era marionete e só, nunca tinha ouvido nada sobre a origem dela.Ano passado assisti ao filme A Viagem do Balão Vermelho,onde Juliette Binoche lidava com isso.
Oi Claudia. Durante um bom tempo eu também achei que Guignol e marionete eram a mesma coisa. O sucesso do bonequinho faz com que muitos franceses acabem chamando todo tipo de marionete de Guignol - e isso confunde um pouco as coisas para nos. Vou procurar o filme, obrigado pela dica e pelo comentario. Abraço.
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