Com sua longa e suave inclinação que se estende pelos seus 650 metros (dos quais metade é reservada para pedestres), a rue Mouffetard (também chamada de “la Mouffe” – algo cada vez mais raro de se ouvir) começa na place de la Contrescarpe e termina perto da igreja de Saint-Médard, não distante da estação do metrô les Gobelins. Oferece ao olhar atendo dos visitantes a agradável visão de suas bonitas casas antigas, dos bistrôs convidativos, dos restaurantes de pratos generosos, do mercado muito conhecido pelos sabores da terra-mãe, do cinema de arte e de ensaio, da grande biblioteca de quatro andares, do boliche, dos terraços de café a perder de vista… É sem dúvida alguma a rua mais animada de um bairro conhecido por sua tranqüilidade.
Já havia vestígios da rue Mouffetard desde a Roma Antiga, no século I. Não levava ainda esse nome, mas já era bastante freqüentada, pois ligava Lutécia à atual Ivry - fora batizada de Mont-Cétard, em algum momento do século XVII. E até hoje ocorrem divergências sobre a origem do nome atual. Alguns dizem que é apenas uma mutação temporal de Mont-Cétard para Mouffetard que deu nome à rua, outros falam que seu nome vem em referência ao cheiro que vinha dos curtumes às margens do rio Castor (o qual era chamado de “moffette”). Hoje esquecido, o Castor era um rio de 40 quilômetros que nascia no Yvelines e se lançava no Sena dentro de Paris. Atravessava a rue Mouffetard próximo à igreja de Saint-Médard, antes de ser preenchido com concreto em 1850. Em 1868, o barão Haussmann empreende seus importantes trabalhos: a rue Mouffetard que se prolongava até a place d’Italie é encurtada pela metade - a outra parte se torna a avenue de Gobelins. E desde então está da maneira como a conhecemos.
Durante suas estadas parisienses, o escritor Ernest Hemingway muda muito freqüentemente e aluga um quarto na rue de Descartes, um prolongamento da rue Mouffetard. A rua sai diretamente na place de la Contrescarpe, o número é o 39. Pouco antes da sua morte, Hemingway tinha lançado as bases do seu livro Paris é uma festa, que foi sua primeira obra publicada de maneira póstuma. Uma placa foi afixada à parede: “De janeiro de 1922 a agosto de 1923 viveu no terceiro andar deste edifício, com Hadley sua esposa, o escritor americano. O bairro que tanto gostava foi o verdadeiro lugar de nascimento da sua obra e do estilo narrativo que o caracterizava.” Seguida da citação: “Tal era a Paris da nossa juventude, do tempo onde estávamos muito pobres e muito felizes.”
No inicio do post, a famosa foto de Henri Cartier-Bresson: Rue Mouffetard 1954, Paris.
6 comentários:
Muito instrutivo. Acho que ajudará bastante. Gde abraço. CR
Muito instrutivo.
Esta rua é uma gracinha...fiquei hospedada aí em 2008 e adorei! Perto de tudo, de modo que vc pode fazer longas caminhadas pelos principais pontos. Sem fazer no burburinho: lojinhas de souvenirs, restaurantes com bons preços, pubs,cafés, padaria..Saudades de Paris!
Rua encantadora...fiquei hospedada lá há muitos anos atras e voltei em 2011.Uma lembrança muito feliz!
Quando chego em Paris, logo,logo quero rever a Mouffetard.É única,com seus pequenos restaurantes e no verão aqueles mercadinhos com frutas deliciosas.
Paris, je t'aime!!!
Estivemos na rua e,realmente é encantadora,lugar ótimo
para comprar chapéus e bonés ,almoçamos em um lugar
que prefiro não comentar,vá lá e descubra.
Eli Loyola e Maria Helena .
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